terça-feira, 20 de janeiro de 2009

TERROR NA ADOLESCÊNCIA






Um dos casos que maior impacto causou na sociedade, nos últimos tempos, foi o caso Casa Pia. Muito se tem falado através dos media sobre o assunto, e, apesar de algumas conclusões, o que se sabe é que na opinião das pessoas, a dúvida é a única certeza que resta.
De entre as pessoas envolvidas, individualidades consideradas de algum “peso” na sociedade, destaco o ex-apresentador televisivo Carlos Cruz. Este senhor, muito conhecido do público através dos programas que apresentava na televisão, construiu, ao longo dos anos, uma imagem muito acarinhada pelas pessoas, imagem esta tão sólida que, não obstante a sua implicação no caso em questão, nunca será por elas considerado culpado pelos crimes de que é acusado.
A televisão consegue transmitir e envolver o público na notícia ou no programa apresentado. Considerando que somos todos iguais e todos diferentes, resulta daqui que cada ser humano é distinto no seu carácter. A personalidade adquire-se ao longo do nosso desenvolvimento, em que apenas aceitamos a informação e o conhecimento das coisas que nos convém, rejeitando o resto, enquanto o carácter é inato à pessoa, isto é, é a nossa essência e os nossos princípios morais, é o que nos distingue dos outros, o que nos faz ser bons ou maus, mais humanos Para quem segue esta “série” sobre a rede da pedofilia, sabe que algumas estações televisivas, nomeadamente a SIC e a TVI não estão isentas da sua solidariedade com o senhor Carlos Cruz. Aliás, na “SIC 10 horas” a apresentadora Fátima Lopes entrevista em directo, na sua residência de Cascais, Carlos Cruz e a família, em que lhe é manifestado apoio e solidariedade, dando a entender que tudo não passaria de um mal entendido. De referir que tudo isto se passou pouco antes da Quadra Natalícia. Posteriormente, este mesmo canal televisivo repudia veemente a decisão do juiz Rui Teixeira, quando este decreta a sua prisão. De alguma forma a TVI, ao fazer entrevistas no Parque Eduardo VII e onde os rapazes, expostos à mercê de quem mais pode, se deixavam conduzir pelo rol de perguntas em “peregrinação”, e respondiam com toda a naturalidade que aquele espaço era frequentado por altas individualidades, desde deputados e outras pessoas famosas, mostrava que não era imparcial. Para quê estas entrevistas? Para minimizar a culpa de Carlos Cruz e outros? Sim, porque depois, estas entrevistas caíam em saco roto. De resto, não se investigava e aprofundava o assunto. Apenas por isto, pode-se constatar que os media muitas vezes não usam de imparcialidade. Antes pelo contrário, usam de parcialidade quando se prevê a defesa de fortes ligações a alguém altamente influenciável no mundo político, mas que apenas se fica pelos bastidores, como é o caso de Pinto Balsemão .Vemos os réus, alguns que dão a cara outros não, que falam sobre o caso. Ouvimos e formamos ideias, algumas até repugnantes. Odiamos quem fez e temos pena de quem deixou fazer. Parece que a única verdade são as palavras atropeladas e temidas que saem da boca destes abusados física e psicologicamente. Isto porque, perante os Tribunais, parece não se chegar a conclusão alguma. Ora hoje sai uma noticia bombástica, tipo, Carlos Cruz foi preso a Penosamente, arrasta-se durante anos um processo que se visualiza longe de terminar. Impõe-se então perguntar :Há interesses que não interessa dar a conhecer ao público ?Onde reside, então, a verdade nisto tudo? Em quem devemos acreditar ?Quando olhamos e ouvimos, formamos a nossa opinião. Quando os factos apresentados não são claros e transparentes, devemos unicamente não nos deixarmos absorver pela imagem anteriormente construída, que num determinado contexto se enquadrava, mas deixarmos que as coisas se resolvam pelas instâncias competentes e, aí, desvanecer a nossa opinião.

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